A IMPORTÂNCIA DE LER
A leitura
é fator chave para o desenvolvimento linguístico da criança. O
contato próximo com a palavra escrita desde a pequena infância auxilia na boa
expressão verbal e na boa redação, além de fixar o português correto. Crianças
que leem com frequência desde pequenas comumente têm muito mais facilidade para
escrever e assimilar a palavra escrita nos estudos.
Outro
aspecto extremamente importante para o desenvolvimento é o poder da leitura
de fomentar o amadurecimento da inteligência emocional. A
criança que é colocada em contato com diferentes histórias e narrativas desde
os primeiros anos de vida tem mais capacidade de entender outras emoções e
outras vivências, estimulando o surgimento da empatia e da consciência cidadã e
responsável.
Ainda no
mesmo sentido, se por um lado a empatia e a inteligência emocional têm amplo
espaço de desenvolvimento, incentivar a leitura também contribui para estimular
a imaginação e a capacidade criativa de cada criança. Não são
apenas as brincadeiras e os jogos que têm esse poder: a leitura adequada a cada
idade traz imensas possibilidades de criação de universos, imaginação de
possibilidades, dando o pontapé inicial à formação de uma mente inventiva e
infinita em cada aluno.
Pensando
alto, esse estímulo pode até dar margem ao surgimento de pequenos escritores e
futuros grandes escritores – por que não? Em todo caso, incentivar
a leitura é garantia de um bom investimento pedagógico.
Gostar ou
não de ler não é algo inato, mas sim aprendido. Algumas crianças demonstram
interesse de forma mais orgânica, já outras precisam de um estímulo adicional
para incorporar esse hábito para o resto da vida. Em sala de aula, talvez essa
não seja a tarefa mais simples. Afinal, como incentivar a leitura
de forma eficaz entre as crianças, e não as afastar mais ainda? Nos
primeiros anos de alfabetização uma aproximação maior é necessária e ao longo
do Ensino Fundamental esse trabalho deve ser cada vez mais reforçado.
Segundo a
última edição da pesquisa Retratos da Leitura, realizada em 2015 pelo Ibope e o
Instituto Pró-Livro, 44% da população brasileira é considerada não
leitora, e 30% nunca comprou um livro. A média de leitura no
Brasil é 2,43 livros por ano. Além disso, entre os não leitores, 28% alegou que
não o faz porque não gosta de ler. Os dados mostram grande discrepância na
comparação com outros países: na França, por exemplo, a média de livros lidos
por ano é 5 vezes maior. Há, portanto, uma urgência em descobrir formas
de como incentivar a leitura no nosso país.
Para
reverter essa situação, é fundamental ter um planejamento pedagógico eficiente.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) prevê um eixo específico
para o trabalho com a leitura de forma transversal em toda a
formação. Incorporar essas práticas é vital para o sucesso desse
trabalho com as crianças e há maneiras simples de colocá-las na rotina, que não
demandam grandes esforços por parte dos docentes ou da coordenação das escolas.
O QUE
PODEMOS FAZER PARA INCENTIVAR O HABITO DA LEITURA
Liberdade de escolha
Imagine
uma criança de 10 anos que é estimulada a ler porque isso foi cobrado em uma
atividade obrigatória da escola. O fato de a leitura estar atrelada a uma
exigência, muitas vezes para nota, faz com que o prazer seja dissolvido em meio
à obrigação e perca seu potencial de levar aquele aluno ao gosto individual
pelo hábito. Em meio a tantas distrações, como aplicativos de smartphone,
videogames e outros, não é tão difícil entender por que estes últimos são
preferidos aos livros em diversas situações.
Assim, uma
alternativa para incentivar a leitura é diminuir o peso dessa obrigação. Os
professores podem estimular que as crianças escolham o livro que querem ler sem
que, com isso, percam o objetivo pedagógico. Entendendo que cada criança tem
seus próprios gostos e preferências, essa atividade pode levar cada um a partir
de seu interesse inicial para escolher a leitura que fará. O professor deve
apenas orientar a escolha para que a leitura seja o mais proveitosa possível
para aquele aluno.
Uma
vez que o objetivo é fazer com que cada aluno adquira seu próprio hábito de
leitura, o professor pode criar temáticas: alguns grupos lerão contos de fada,
outros vão ler histórias de aventura, séries infantis consagradas… há muitas
possibilidades de incentivo. O importante é respeitar as diferenças entre
cada aluno e desassociar a leitura de algo meramente obrigatório para nota.
Projetos de leitura
A escola
deve se tornar um ambiente receptivo às ideias criativas de incentivo à
leitura, sempre com o fim de torná-la a mais legal e divertida possível. Para
isso, é preciso fazer com que ela ultrapasse as paredes da sala de aula. Nesse
sentido, professores e coordenadores podem adicionar ao calendário de eventos
da escola atividades lúdicas inteiramente direcionadas à leitura, como
gincanas e concursos.
As
gincanas podem promover competições entre diferentes turmas, estimulando
a expressão linguística em todos os âmbitos, não apenas
na leitura. A partir da leitura de livros determinados pela organização da
gincana (que, claro, devem levar em conta as preferências dos alunos), o evento
deve contar com uma série de atividades temáticas relacionadas aos
livros, como interpretação de cenas, recriação de textos,
coreografias, entre outros.
Indo
além, a organização de concursos de histórias e de semanas
temáticas de leitura são exemplos de como fazer a leitura
extrapolar o cotidiano escolar. Os alunos podem ser estimulados, por meio de
premiação, a participar de concursos de criação de histórias (contos, crônicas,
fábulas), ou mesmo a se engajar nas semanas temáticas dedicadas à leitura de
diferentes gêneros literários.
Clube de leitura na escola
De forma a exigir menos organização e
estrutura, os próprios docentes também podem criar clubes de
leitura com os alunos. Para isso, é importante estabelecer grupos de
acordo com as faixas etárias, para garantir leituras adequadas a todos. Também
é importante que os clubes não sejam tão grandes, o que tornará o processo de
compartilhamento das impressões mais simples.
Uma característica interessante do
clube do livro é que ele propõe metas, o que é uma forma mais
criativa para incentivar a leitura. A cada mês ou a cada número fixo
de semanas cada participante deverá ler o livro proposto e elencar tópicos a
serem comentados.
Os livros podem ser escolhidos de
forma conjunta com os participantes, para que o clube se torne um espaço livre,
menos vinculado às atividades de sala de aula. As reuniões podem ocorrer na
própria biblioteca, no pátio da escola, ou até mesmo em um parque, por
exemplo. É importante engajar ao máximo os alunos criando roteiros
de discussão da obra que tratem de temas mais interessantes a
eles. É possível também estabelecer uma votação para a escolha dos tópicos a
serem discutidos.
Prêmio de incentivo à leitura
Algumas
das atividades de incentivo à leitura descritas acima podem resultar em premiações
e murais especiais dedicados aos alunos mais empenhados. Também é
possível criar essas premiações de forma independente para os que mais se
engajarem ou mais cumprirem as metas de leitura, por exemplo.
Esse é um
modo de estimular a dedicação dos estudantes, mas também
pode ser atraente para aqueles que ainda não se sentiram motivados com os
estímulos anteriores.
Criação de mural de notícias
O hábito
de leitura não se restringe apenas aos livros. É importante criar
em todos uma cultura leitora, que faz com que a compreensão do mundo
por meio das palavras seja uma constante em suas vidas. É nesse sentido que
cabe também à escola desenvolver o gosto por notícias, reportagens, matérias,
promovendo a leitura de jornais e revistas em meios impressos e on-line.
Uma
atividade para incentivar a leitura nesses meios é a criação de um
mural de notícias. Os professores podem pedir que cada aluno procure
notícias sobre determinado tema ou sobre algum acontecimento específico do
momento atual sob diferentes perspectivas e abordagens, que serão coladas ou
evidenciadas nesse mural.
Além de
incentivar a leitura, esse tipo de prática também é importante para
iniciar o letramento midiático com as turmas. A comparação dos
diversos pontos de vista de cada veículo de notícias, bem como dos ganchos
escolhidos por cada linha editorial, contribuirá muito para a adoção de uma
posição mais crítica dos estudantes na hora de consumir produtos midiáticos.
Apoio da família
O
desenvolvimento da criança deve ser acompanhado de perto por pais e familiares.
Ainda que a escola dê as devidas ferramentas para o desenvolvimento de hábitos
importantes para o crescimento e a formação
integral do estudante, sem a parceria da família é muito mais difícil fazer com
que esses hábitos se consolidem.
Nesse
sentido, engajar a família toda nas estratégias de como incentivar a leitura é
fundamental e a escola deve mostrar a importância desse apoio,
tanto convidando os familiares próximos para participar dos eventos propostos,
como pedindo que eles próprios encontrem maneiras de continuar o trabalho em
casa, aproximando as crianças da leitura dentro do ambiente doméstico e,
também, dando o bom exemplo.
Para os
pequenos, ler deve ser algo observável em todos os adultos de referência e de
confiança, o que faz com que seja importante que os professores e
os responsáveis mostrem que também são leitores.
Utilize a tecnologia
Para
incrementar mais as atividades práticas colocadas, os professores podem
também usar dispositivos digitais atrativos para os alunos.
Os leitores de livro digital, como o Kindle e o Kobo, ou mesmo os aplicativos
de leitura que podem ser instalados no celular, são opções interessantes por
serem leves, pequenos e não representarem peso adicional nas mochilas.
Além
disso, a possibilidade de ler em um dispositivo eletrônico, como um tablet ou
até um celular, pode atrair os alunos mais resistentes ao hábito, ao aproximar
a leitura da tecnologia. Nesse sentido, qualquer
ideia criativa para incentivar a leitura está mais do que válida,
podendo ser uma solução para conquistar diferentes públicos.
REFERENCIAS
https://www.edocente.com.br/como-incentivar-a-leitura-alunos-fundamental-2/
acesso em 20/05/2020 às 14hs.
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