quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Reflexões sobre o "SETEMBRO AMARELO"

 

Setembro Amarelo

SAÚDE E BEM-ESTAR

Setembro é o mês em que é realizada a campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, sendo o dia 10 desse mês o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Essa campanha, conhecida como “Setembro Amarelo”, foi criada no Brasil, em 2015, pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Essa é uma campanha de extrema importância, uma vez que o suicídio é um problema grave de saúde pública e que, muitas vezes, pode ser evitado.

A importância de se falar a respeito do suicídio

Apesar de o assunto ser delicado, é importante conversamos sobre o suicídio e maneiras como preveni-lo. Muitas pessoas pensam que esse ato é uma realidade distante e que afeta poucas pessoas, mas, infelizmente, os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram o contrário. De acordo com a OMS, a cada 40 segundos, uma pessoa morre por suicídio em algum lugar do nosso planeta. Isso significa que, em um ano, mais de 800 mil pessoas perdem sua vida dessa forma.

As causas do suicídio são variadas e, segundo o CVV, especialistas identificam transtornos mentais na maior partes das pessoas que se suicidam ou que tentam fazê-lo. Dentre os principais transtornos observados, destacam-se a depressão na forma simples, a depressão na forma bipolar, a dependência química e a esquizofrenia.

Entretanto, não podemos afirmar que todas as pessoas que cometem suicídio apresentam esses transtornos. Não podemos nos esquecer de que, muitas vezes, o suicídio acontece de maneira impulsiva diante de algumas situações muito impactantes e inesperadas da vida, como final de relacionamentos, perda de pessoas queridas, abusos ou mesmo crises financeiras. O suicídio também é comum em pessoas que sofrem discriminação, como refugiados, imigrantes, gays, lésbicas, transgêneros e intersexuais.

Quando entendemos que o suicídio é uma realidade e que pode afetar pessoas a nossa volta, fica mais claro que é fundamental conversamos a respeito. Os suicídios podem ser evitados desde que tenhamos conhecimento sobre seus sintomas, suas causas e formas de evitá-lo.

“Você sabia que no Brasil existe uma instituição que oferece apoio emocional e atua na prevenção do suicídio? Trata-se do Centro de Valorização da Vida (CVV), uma associação sem fins lucrativos. Caso precise conversar, basta ligar para 188 ou acessar o chat no site da CVV. O telefone e o chat funcionam 24 horas por dia, em todos os dias da semana.”

Como podemos ajudar na prevenção do suicídio?

Para contribuirmos na prevenção do suicídio, devemos ser capazes de perceber os sinais de alerta que uma pessoa emite. Se você perceber que uma pessoa, por exemplo, está desinteressada (até mesmo das atividades de que gostava), não tem mais a mesma produtividade na escola ou no trabalho, está isolando-se de amigos e parentes, descuidando-se da aparência, não se importa mais com suas atividades diárias ou diz muitas frases relacionadas à morte, isso pode ser sinais de que aquela pessoa está precisando de ajuda.

O primeiro passo é conversar com essa pessoa, mas aqui fica uma dica importante: deixe que a pessoa fale, sem emitir julgamentos ou opiniões sobre o assunto. Deixe bem claro que sua vontade é apenas ajudar. O que devemos lembrar sempre é que não devemos medir a dor dos outros pelas nossas experiências pessoais e entender que o que não nos afeta não necessariamente não causa dor e sofrimento no outro.

É importante sempre incentivar a pessoa que está apresentando sinais de que pretende cometer suicídio a procurar ajuda especializada. Em casos visivelmente graves, é essencial que a família tenha conhecimento da situação, bem como amigos próximos, para que a pessoa seja acolhida e estimulada a procurar ajuda.

Caso perceba que a pessoa corre risco imediato, é fundamental não deixá-la sozinha. Nesses casos, entre em contato com serviços de emergência e com alguém de confiança.

 

Dados sobre o suicídio

Veja a seguir alguns dados importantes o sobre o suicídio.

Dados sobre suicídio no Brasil e no mundo

Segundo a OMS, a cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio no mundo.

O suicídio, de acordo com a OMS, é a segunda principal causa de morte entre as pessoas com idade entre 15 e 29 anos.

79% dos casos de suicídios ocorrem em países de baixa e média renda de acordo com a OMS.

Segundo o Ministério da Saúde, as mulheres tentam mais suicídio que os homens.

Segundo o CVV, 32 brasileiros morrem por dia vítimas de suicídio.

De acordo com a OMS, 90% dos suicídios podem ser prevenidos.

 

 

Estresse

estresse é definido como um estado de esforço do organismo para adaptar-se a situações que ameaçam a vida e o equilíbrio interno. Esse processo de adaptação provoca várias alterações, como o aumento de secreção da adrenalina. Atualmente, o termo estresse é utilizado tanto para nomear essa resposta do organismo como para referir-se às situações que promovem os efeitos desse estado.

De uma maneira geral, podemos dizer que esse mecanismo é necessário para o corpo, entretanto, uma sobrecarga afeta-o negativamente. Vale salientar que cada organismo lida de uma forma diferente com uma situação estressora. Essa situação pode causar até mesmo quadros de depressãoansiedade e transtornos definitivos, como o Transtorno de Estresse Pós-Traumático.

 Fases do estresse

O termo stress foi introduzido na área da saúde em 1936, por Hans Selye. Ele propôs que o estresse seria uma resposta geral e inespecífica a um determinado estressor e pode ser dividido em três fases:

·     Fase de alerta: É uma fase relativamente rápida que ocorre logo após o estímulo dos fatores estressores. Ao perceber esse estímulo, o corpo prepara uma resposta, a qual não será mantida por muito tempo. Nessa fase, há a participação do sistema nervoso simpático.

·     Fase de resistência: nessa fase, o corpo tenta manter-se em equilíbrio, e as manifestações agudas desaparecem. Nesse ponto, surgem sinais de desgaste, e o organismo torna-se mais suscetível a doenças e outros problemas mentais, físicos e emocionais.

·     Fase de exaustão: é quando todos os sintomas estão mais intensos. Nesse momento, são observadas as dificuldades para dormir, o isolamento social, queda de cabelo, problemas sexuais e irritabilidade. Quando prolongada, essa fase pode desencadear ainda problemas mais graves, como doenças cardíacas, depressão e úlceras.

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Agentes estressores

Vários são os agentes estressores, isto é, os eventos ou estímulos que provocam o estresse. Na literatura, eles aparecem em três grupos: acontecimentos vitais, acontecimentos diários menores e situações de tensão crônica.

Os acontecimentos vitais são aqueles que envolvem acontecimentos marcantes da vida, que podem ou não ser controlados pela pessoa. Como exemplo, podemos citar o casamento ou a separação, um novo emprego, acidentes, gravidez, entre outras mudanças que podem ocorrer na vida de uma pessoa.

Os acontecimentos diários menores dizem respeito a situações do dia a dia que afetam de forma significativa a sua vida. Um vizinho barulhento, o trânsito caótico das grandes cidades, o latido de cachorros, grandes filas e outras situações cotidianas estressantes são exemplos desses acontecimentos.

Por fim, o grupo das situações de tensão crônica refere-se àquelas que permanecem por muito tempo e geram estresse intenso. Os relacionamentos abusivos, em que uma pessoa é submetida a anos de agressões psicológicas, ou até mesmo físicas, podem ser exemplos desse tipo de situação de tensão crônica.

 

Depressão

Muitas pessoas pensam que uma pessoa com depressão está apenas triste e que aquele momento logo irá passar se a pessoa apresentar força de vontade. Entretanto, o que muitos ignoram é que a depressão é uma doença grave e que vai muito além de uma simples variação de humor por causa dos acontecimentos do dia a dia.

Mas, afinal, o que é a depressão?

depressão é uma doença que causa transtorno mental e é influenciada por uma série de fatores, desde fatores genéticos até acontecimentos traumáticos e consumo de drogas. Geralmente pessoas com esse problema apresentam uma perda de prazer por suas atividades rotineiras, sentimentos de angústia e até mesmo vontade de colocar fim na sua própria vida.

A depressão apresenta sintomas intensos que comprometem a vida do paciente em diferentes esferas, desde a profissional até a pessoal. Diferentemente da tristeza, a depressão necessita de apoio especializado, não acabando por si só como quando vivemos uma situação que nos abala por um curto período de tempo.

Quais são os sintomas de uma depressão?

A depressão pode apresentar vários sintomas que devem ser analisados criteriosamente. Uma tristeza logo após a morte de um ente querido nem sempre é uma depressão. Na maioria dos casos, a tristeza não impede uma pessoa de realizar suas atividades diárias, uma condição comum em depressivos.

Como sintomas da depressão, podemos citar:

·     Sentimento de tristeza, vazio, aflição, preocupação e receios infundados;

·     Insegurança, medo e ansiedade;

·     Baixa autoestima e sentimento de rejeição;

·     Pessimismo e falta de fé (não apenas religiosa, como também nas pessoas e nos tratamentos que estão sendo realizados);

·     Irritabilidade, tensão e agitação;

·     Vontades de acabar com a própria vida;

·     Diminuição da energia e do prazer para realizar atividades diárias;

·     Fadiga;

·     Isolamento;

·     Diminuição de apetite, sono e desejo sexual;

·     Alterações na capacidade de concentração, raciocínio e memória.

Vale destacar que cada pessoa apresenta sintomas diferentes que podem ou não incluir os citados acima. Entretanto, o que se tem em comum é o fato de que todos os pacientes com depressão apresentam sintomas que afetam consideravelmente sua vida diária, havendo diminuição do rendimento na escola ou no trabalho e danos até mesmo nos relacionamentos pessoais.

Vale frisar que a depressão afeta uma pessoa de diferentes formas, existindo graus mais leves e mais intensos da doença. Alguns sintomas surgem logo após alguma experiência traumática. Em outros casos, pode ocorrer sem que haja alguma relação com um fato traumático, sendo, por exemplo, desencadeada pelo estresse diário.

O que fazer em caso de depressão?

Caso uma pessoa apresente sintomas semelhantes aos da depressão, é fundamental que se busque ajuda especializada. Existem diversos tratamentos para a doença, tais como psicoterapia e uso de antidepressivos. Entretanto, nem sempre o paciente reconhece que apresenta o problema e cabe às pessoas à sua volta tentar ajudá-lo.

É importante que amigos e parentes evitem comentários que o façam sentir-se inferiorizado e estimulem à procura de apoio médico e psicológico. É muito comum o paciente com depressão ouvir frases que indicam que ele é muito fraco para vencer a doença, que é incapaz e até mesmo que a depressão não passa de desculpa para justificar a preguiça. Entretanto, nada disso é verdade e ajuda apenas a aumentar o problema do depressivo.

O importante é que pessoas próximas ao paciente com depressão tentem mostrar que se importam com ele e com seus problemas, nunca menosprezando o que ele sente. É importante salientar como aquele processo está influenciando sua vida e os prejuízos que estão sendo causados, estimulando-o a procurar ajuda.

Estima-se que 80% das pessoas com depressão apresentem pensamento suicida e cerca de 10% a 15% dos depressivos suicidam-se. Sendo assim, é importante que as pessoas próximas estejam atentas a sinais que possam indicar essa possibilidade.

ATENÇÃO: Não julgue uma pessoa sem conhecer realmente o que se passa em sua vida. Às vezes a causa do sentimento de tristeza pode ser mais complicada da que se imagina!

 

Referencias :

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Setembro Amarelo"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/saude/setembro-amarelo.htm. Acesso em 30 de setembro de 2020.

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