segunda-feira, 27 de julho de 2020

Você tem valorizado o que tem visto?


MOMENTO PARA REFLEXÃO
Leia o texto e interaja conosco.

Contribuição Professora "Rúbia Leriam"

                                       Ver não é somente enxergar, mas concomitantemente, sentir algo, que dá significado e vida ao que se está vendo.

                                  



VER VENDO Otto Lara Rezende

 Você tem valorizado o que tem visto???

De tanto ver, a gente banaliza o olhar – ver... não vendo.
Experimente ver, pela primeira vez, o que você vê todo dia, sem ver.
Parece fácil, mas não é: o que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.
O campo visual da nossa retina é como o vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.
Se alguém lhe pergunta o que você vê pelo caminho, você não sabe.
De tanto vê, você banaliza o olhar.
Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório.
Lá estava sempre, pontualíssimo, o porteiro.
Dava-lhe bom dia, às vezes, lhe passava um recado ou uma correspondência.
Um dia o porteiro faleceu.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima ideia.
Em 32 anos nunca consegui vê-lo.
Para ser notado o porteiro teve que morrer.
Se, um dia, em seu lugar tivesse uma girafa cumprindo o rito, pode ser, também, que ninguém desse por sua ausência.
O hábito suja os olhos e baixa a vontade. Mas a sempre o que ver; gente; coisa; bichos.
E vemos? Não, não vemos.
Uma criança vê aquilo que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpo para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez, o que, de tão visto, ninguém vê. O pai que raramente vê o próprio filho. O marido que nunca viu a própria mulher.
Os nossos olhos se gastam no dia a dia, opacos.
...e por ai que se instala no coração o monstro da indiferença.

Show de Talentos Professora Coordenadora Cássia




segunda-feira, 20 de julho de 2020

Do que você tem medo?



MOMENTO PARA REFLEXÃO



Contribuição Professora "Rúbia Leriam"

Leia o  texto e interaja conosco.
Clarice fala em seu texto de forma simples e metafórica (recurso linguístico para promover expressividade – Uso da  Figura de Linguagem Metáfora) que tem medo da eternidade. Do que você tem medo?
Medo da Eternidade  (Clarice Lispector)
Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.
Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.
Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:
— Como não acaba? — Parei um instante na rua, perplexa.
— Não acaba nunca, e pronto.
— Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual já começara a me dar conta.
— Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.
— E agora que é que eu faço? — Perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.
— Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários.
— Perder a eternidade? Nunca.
O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.
— Acabou-se o docinho. E agora?
— Agora mastigue para sempre.
Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito.
Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.
Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.
— Olha só o que me aconteceu! — Disse eu em fingidos espanto e tristeza. — Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!
— Já lhe disse — repetiu minha irmã — que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.
Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra na boca por acaso. Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.

segunda-feira, 13 de julho de 2020

A dificuldade de agradar a todos



Contribuição professora "Rúbia Leriam"

Leia o texto e interaja conosco...

Momento para reflexão: Você tem tentado agradar a todos?



A dificuldade de agradar a todos – Autor desconhecido
Muitas pessoas se comportam da forma que imaginam que agradará a todos.
Em pleno calor do dia um pai andava pelas poeirentas ruas de Keshan junto com seu filho e um jumento. O pai estava sentado no animal, enquanto o filho o conduzia, puxando a montaria com uma corda.
- "Pobre criança!", exclamou um passante, "suas perninhas curtas precisam esforçar-se para não ficar para trás do jumento. Como pode aquele homem ficar ali sentado tão calmamente sobre a montaria, ao ver que o menino está virando um farrapo de tanto correr?
O pai tomou a sério esta observação, desmontou do jumento na esquina seguinte e colocou o rapaz sobre a sela. Porém não passou muito tempo até que outro passante erguesse a voz para dizer:
- Que desgraça! O pequeno fedelho lá vai sentado como um sultão, enquanto seu velho pai corre ao lado.
Esse comentário muito magoou o rapaz, e ele pediu ao pai que montasse também no burro, às suas costas.
- Já se viu coisa como essa?, resmungou uma mulher usando véu. Tamanha crueldade para com os animais! O lombo do pobre jumento está vergado, e aquele velho que para nada serve e seu filho abancaram-se como seu o animal fosse um divã. Pobre criatura!
Os dois alvos dessa amarga crítica entreolharam-se e, sem dizer palavra, desmontaram. Entretanto mal tinham andado alguns passos quando outro estranho fez troça deles ao dizer:
- Graças a Deus que eu não sou tão bobo assim! Por que vocês dois conduzem esse jumento se ele não lhes presta serviço algum, se ele nem mesmo serve de montaria para um de vocês?
O pai colocou um punhado de palha na boca do jumento e pôs a mão sobre o ombro do filho.
"Independente do que fazemos, disse, sempre há alguém que discorda de nossa ação. Acho que nós mesmos precisamos determinar o que é correto".

SHOW DE TALENTOS


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terça-feira, 7 de julho de 2020

Cyberbullying


Cyberbullying: 5 dicas de prevenção para você e sua família


cyberbullying, ou assédio virtual em português, atinge uma a cada quatro crianças, de acordo o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). E não para por aí: estudos da Universidade de Sheffield e Nottingham, de Londres, mostram que 80% dos adultos já sofreram cyberbullying no trabalho.
Exposição, xingamentos e uma série de outros comportamentos intimidadores e agressivos cometidos na internet acabam afetando a vida fora dela – além do incômodo, quem passa por uma situação de bullying na rede pode até entrar em depressão.
E como a gente pode fugir desse cenário? A resposta está nas dicas de prevenção do cyberbullying que preparamos para você. Vem com a gente e alerte a sua família também!

Dica #1: não passe as suas senhas para os outros 

Por mais confiável que sejam seus amigos da escola ou colegas de trabalho, evite compartilhar suas senhas de e-mail, mensageiros ou redes sociais. Isso porque, quanto mais gente sabe como acessar suas contas pessoais, maiores são as chances de alguém mal-intencionado entrar no que é seu e espalhar informações confidenciais.

Dica #2: seja cuidadoso com amizades virtuais 

É sempre legal fazer novas amizades, né? Mas, na internet é preciso ter bastante cautela.
Se você for menor de idade e está lendo isso, uma dica bem especial: não esconda nada dos seus pais ou das pessoas mais velhas que cuidam de você e em quem você confia, combinado!? Se você começa a trocar ideia com alguém na internet, não faça isso escondido e não passe informações como senhas, endereço ou fotos. E vale aquele conselho clássico: não fale com estranhos! 
Agora, se você é pai, mãe, avó ou responsável por uma criança ou adolescente, a dica é outra: converse com a turminha sobre os cuidados com amizades virtuais. Além disso, é bacana estipular horários para uso de internet – de preferência quando todos estão acordados. E a porta do quarto e do escritório? Aberta!
E não custa lembrar que gente grande também se depara com uma série de situações constrangedoras de assédio virtual, por isso evite compartilhar imagens, senhas e outros dados pessoais com amigos e conhecidos da rede.

Dica #3: ele /ela pediu uma foto sua? Avalie antes de mandar 

De acordo com a ONG brasileira SaferNet, em 2016 aproximadamente 300 pessoas tiveram fotos e vídeos íntimos espalhados pela internet sem autorização. E desse montante, cerca de 80% são mulheres – uma a cada cinco, menor de idade.
Esse é um tipo bem comum de cyberbullying, por isso, antes de passar uma foto – seja ela íntima ou não – é importante avaliar se a pessoa que vai receber não tem (e nem teria no futuro) segundas intenções.

Dica #4: não abra links suspeitos 

Essa dica até parece coisa da época de internet discada, né? Mas a verdade é que os links suspeitos de hoje em dia estão cada vez mais disfarçados de sites inofensivos. Eles, muitas vezes, chegam até pelos conhecidos – que já clicaram anteriormente, também sem querer.
O problema é que muitos desses links estão contaminados e servem para roubar arquivos. E ao encontrar algo que possa render cyberbullying, muitos hackers veem a oportunidade de chantagem e extorsão, como aconteceu com aquela atriz famosa, lembra?
Então, verifique a veracidade dos links de notícias e das promoções que os seus amigos mandam por e-mail e WhatsApp – não tem problema ser um pouco desconfiado nesse caso. E manter o antivírus atualizado é fundamental.

Dica #5: tente evitar a exposição 

Nas redes sociais, e-mail e mensageiros instantâneos é interessante ter uma postura cautelosa para aproveitar tudo de bom que a conexão com o mundo traz para a gente.
Selecione suas fotos antes de postar, se for comentar em algum post procure ser respeitoso, evite participar de brigas online e pense duas vezes antes de compartilhar alguma coisa – avalie se aquilo que você está prestes a passar adiante não tem chances de prejudicar você ou aos outros.
E naquele churrasco animado ou na escola, se perceber que alguém está te filmando sem a sua autorização, peça para interromper. Caso necessário, busque ajuda da autoridade local – como professores e seguranças.

A importância de denunciar 

Viu alguém cometendo cyberbullying com outra pessoa ou você mesmo está sofrendo com isso? Vários canais podem te ajudar: o próprio site onde aconteceu o assédio, delegacia de polícia e ONGs.

Referencias

segunda-feira, 6 de julho de 2020

E você o que é? Uma pipoca estourada ou um piruá?


MOMENTO PARA REFLEXÃO

Contribuição professora " Rúbia Carla Leriam"

Leia o maravilhoso texto e interaja conosco.

E você o que é? Uma pipoca estourada ou um piruá?

                       
Milho de Pipoca por Rubem Alves

A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser.
O milho de pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro.
O milho de pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer.
Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.
Assim acontece com gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira.
São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosas. Só elas não percebem. Acham que é o seu jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo.
O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor.
Pode ser o fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder o emprego, ficar pobre.
Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão, sofrimentos cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio. Apagar o fogo. Sem fogo, o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.
Pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou: vai morrer.
Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada.
A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz.
Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: Bum! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, com que ela mesma nunca havia sonhado. 
Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente se recusam a mudar.
Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura.
O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria a ninguém.
Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.
E você o que é? Uma pipoca estourada ou um piruá?
Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente se recusam a mudar.
Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura.
O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria a ninguém.
Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.

Momento para reflexão: A beleza está na simplicidade!!!

 Contribuição professora "Rúbia Leriam" A  Última Crônica – Fernando Sabino A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para ...