quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Momento para reflexão: A beleza está na simplicidade!!!

 Contribuição professora "Rúbia Leriam"


A  Última Crônica – Fernando Sabino

A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria o meu último poema”. Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.

Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.

Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho – um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular.

A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.

São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: “Parabéns pra você, parabéns pra você…”. Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido – vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.

Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

 

MOMENTO PARA REFLEXÃO

Leia o texto e interaja conosco.

Contribuição professora "Rubia Leriam"

 

Estamos iniciando o 4º Bimestre, mas sempre é hora de RecomeÇar...

 

Faxina na Alma – Carlos Drummond de Andrade

Não importa onde você parou, em que momento da vida você cansou. Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo, é renovar as esperanças na vida e, o mais importante, acreditar em você de novo. Sofreu muito nesse período? Foi aprendizado. Chorou muito? Foi limpeza da alma. Ficou com raiva das pessoas? Foi para perdoá-las um dia.
Sentiu-se só por diversas vezes? É porque fechaste a porta até para os anjos. Acreditou que tudo estava perdido? Era o início da tua melhora. Pois é… Agora é hora de reiniciar, de pensar na luz, de encontrar prazer nas coisas simples de novo. Um corte de cabelo arrojado diferente, um novo curso, ou aquele velho desejo de aprender a pintar, desenhar, dominar o computador, ou qualquer outra coisa. Olha quanto desafio, quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus te esperando… Tá se sentindo sozinho? Besteira, tem tanta gente que você afastou com o seu "período de isolamento". 
Tem tanta gente esperando apenas um sorriso teu para "chegar" perto de você. Quando nos trancamos na tristeza, nem nós mesmos nos suportamos, ficamos horríveis. O mau humor vai comendo nosso fígado, até a boca fica amarga. Recomeçar… Hoje é um bom dia para começar novos desafios.
Onde você quer chegar? Alto? Sonhe alto! Queira o melhor do melhor. Queira coisas boas para a vida. Pensando assim, trazemos prá nós aquilo que desejamos. Se pensamos pequeno, coisas pequenas teremos. Já se desejarmos fortemente o melhor e, principalmente lutarmos pelo melhor, o melhor vai se instalar na nossa vida. E é hoje o dia da faxina mental. Jogue fora tudo que te prende ao passado, ao mundinho de coisas tristes. Fotos, peças de roupa, papel de bala, ingressos de cinema, bilhetes de viagens e toda aquela tranqueira que guardamos quando nos julgamos apaixonados. 

Jogue tudo fora, mas principalmente esvazie seu coração. Fique pronto para a vida, para um novo amor. Lembre-se, somos apaixonáveis, somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes, afinal de contas, nós somos o "Amor". Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura.

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

 MOMENTO PARA REFLEXÃ

Contribuição Professora "Rubia Leriam"



Leia o  texto e interaja conosco. Você já fez essas coisas de criança?

O Direito das Crianças – Ruth Rocha

Toda criança no mundo
Deve ser bem protegida
Contra os rigores do tempo
Contra os rigores da vida.

Criança tem que ter nome
Criança tem que ter lar
Ter saúde e não ter fome
Ter segurança e estudar.

Não é questão de querer
Nem questão de concordar
Os direitos das crianças
Todos têm de respeitar.

Tem direito à atenção
Direito de não ter medos
Direito a livros e a pão
Direito de ter brinquedos.

Mas criança também tem
O direito de sorrir.
Correr na beira do mar,
Ter lápis de colorir…

Ver uma estrela cadente,
Filme que tenha robô,
Ganhar um lindo presente,
Ouvir histórias do avô.

Descer do escorregador,
Fazer bolha de sabão,
Sorvete, se faz calor,
Brincar de adivinhação.

Morango com chantilly,
Ver mágico de cartola,
O canto do bem-te-vi,
Bola, bola,bola, bola!

Lamber fundo da panela
Ser tratada com afeição
Ser alegre e tagarela
Poder também dizer não!

Carrinho, jogos, bonecas,
Montar um jogo de armar,
Amarelinha, petecas,
E uma corda de pular.


segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Vó caiu na piscina

 Contribuição Professora: Rubia Leriam

Momento para reflexão: Você presta mesmo atenção quando as pessoas falam com você?

Vó caiu na piscina

Noite na casa da serra, a luz apagou. Entra o garoto:

-- Pai, vó caiu na piscina.

-- Tudo bem, filho.

O garoto insiste:

-- Escutou o que eu falei, pai?

-- Escutei, e daí? Tudo bem.

-- Cê não vai lá?

-- Não estou com vontade de cair na piscina.

-- Mas ela tá lá...

-- Eu sei, você já me contou. Agora deixe seu pai fumar um cigarrinho descansado.

-- Tá escuro, pai.

-- Assim até é melhor.  Eu gosto de fumar no escuro. Daqui a pouco a luz volta. Se não voltar, dá no mesmo.  Pede à sua mãe pra acender a vela na sala. Eu fico aqui mesmo, sossegado.

-- Pai...

-- Meu filho, vá dormir. É melhor você deitar logo. Amanhã cedinho a gente volta pro Rio, e você custa muito a acordar. Não quero atrasar a descida por sua causa.

-- Vó ta com uma vela.

-- Pois então? Tudo bem. Depois ela acende.

-- Já tá acesa.

-- Se está acesa, não tem problema. Quando ela sair da piscina, ela pega a vela e volta direitinho pra casa. Não vai errar o caminho, a distância é pequena, e você sabe muito bem que sua avó não precisa de guia.

-- Por que cê não acredita no que eu digo?

-- Como não acredito? Acredito sim.

-- Cê não tá acreditando.

-- Você falou que a sua avó caiu na piscina, eu acreditei e disse: tudo bem. Que é que você queria que eu dissesse?

-- Não, pai, cê não acreditou ni mim.

-- Ah, você está me enchendo. Vamos acabar com isso. Eu acreditei, viu? Estou te dizendo que acreditei. Quantas vezes você quer que eu diga isso? Ou você acha que estou dizendo que acreditei, mas estou mentindo? Fique sabendo que seu pai não gosta de mentir.

-- Não te chamei de mentiroso.

-- Não chamou, mas está duvidando de mim.  Bem, não vamos discutir por causa de uma bobagem. Sua avó caiu na piscina, e daí? É um direito dela. Não tem nada de extraordinário cair na piscina. Eu só não caio porque estou meio resfriado.

-- Ô, pai, cê é de morte!

O garoto sai, desolado. Aquele velho não compreende mesmo nada. Daí a pouco chega a mãe:

-- Eduardo, você sabe que dona Marieta caiu na piscina?

-- Até você, Fátima? Não chega o Nelsinho vir com essa ladainha?

-- Eduardo, está escuro que nem breu, sua mãe tropeçou, escorregou e foi parar dentro da piscina, ouviu?  Está com a vela acesa na mão, pedindo que tirem ela de lá, Eduardo! Não pode sair sozinha, está com a roupa encharcada, pesando muito, e, se você não for depressa, ela vai ter uma coisa! Ela  morre, Eduardo!

-- Como? Por que aquele diabo não me disse isto? Ele falou apenas que ela tinha caído na piscina, não explicou que ela tinha tropeçado, escorregado e caído!

Saiu correndo, nem esperou a vela, tropeçou, quase que ia parar também dentro d´água:

-- Mamãe, me desculpe! O menino não me disse nada direito. Falou só que a senhora caiu na piscina. Eu pensei que a senhora estava se banhando.

-- Está bem, Eduardo – disse dona Marieta, safando-se da água pela mão do filho, e sempre empunhando a vela que conseguira manter acesa. – Mas de outra vez você vai prestar mais atenção no sentido dos verbos, ouviu? Nelsinho falou direito, você é que teve um acesso de burrice, meu filho!

(Carlos Drummond de Andrade)

 

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Trabalhos realizados

Trabalhos realizados

Reflexões sobre o "SETEMBRO AMARELO"

 

Setembro Amarelo

SAÚDE E BEM-ESTAR

Setembro é o mês em que é realizada a campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, sendo o dia 10 desse mês o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Essa campanha, conhecida como “Setembro Amarelo”, foi criada no Brasil, em 2015, pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Essa é uma campanha de extrema importância, uma vez que o suicídio é um problema grave de saúde pública e que, muitas vezes, pode ser evitado.

A importância de se falar a respeito do suicídio

Apesar de o assunto ser delicado, é importante conversamos sobre o suicídio e maneiras como preveni-lo. Muitas pessoas pensam que esse ato é uma realidade distante e que afeta poucas pessoas, mas, infelizmente, os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram o contrário. De acordo com a OMS, a cada 40 segundos, uma pessoa morre por suicídio em algum lugar do nosso planeta. Isso significa que, em um ano, mais de 800 mil pessoas perdem sua vida dessa forma.

As causas do suicídio são variadas e, segundo o CVV, especialistas identificam transtornos mentais na maior partes das pessoas que se suicidam ou que tentam fazê-lo. Dentre os principais transtornos observados, destacam-se a depressão na forma simples, a depressão na forma bipolar, a dependência química e a esquizofrenia.

Entretanto, não podemos afirmar que todas as pessoas que cometem suicídio apresentam esses transtornos. Não podemos nos esquecer de que, muitas vezes, o suicídio acontece de maneira impulsiva diante de algumas situações muito impactantes e inesperadas da vida, como final de relacionamentos, perda de pessoas queridas, abusos ou mesmo crises financeiras. O suicídio também é comum em pessoas que sofrem discriminação, como refugiados, imigrantes, gays, lésbicas, transgêneros e intersexuais.

Quando entendemos que o suicídio é uma realidade e que pode afetar pessoas a nossa volta, fica mais claro que é fundamental conversamos a respeito. Os suicídios podem ser evitados desde que tenhamos conhecimento sobre seus sintomas, suas causas e formas de evitá-lo.

“Você sabia que no Brasil existe uma instituição que oferece apoio emocional e atua na prevenção do suicídio? Trata-se do Centro de Valorização da Vida (CVV), uma associação sem fins lucrativos. Caso precise conversar, basta ligar para 188 ou acessar o chat no site da CVV. O telefone e o chat funcionam 24 horas por dia, em todos os dias da semana.”

Como podemos ajudar na prevenção do suicídio?

Para contribuirmos na prevenção do suicídio, devemos ser capazes de perceber os sinais de alerta que uma pessoa emite. Se você perceber que uma pessoa, por exemplo, está desinteressada (até mesmo das atividades de que gostava), não tem mais a mesma produtividade na escola ou no trabalho, está isolando-se de amigos e parentes, descuidando-se da aparência, não se importa mais com suas atividades diárias ou diz muitas frases relacionadas à morte, isso pode ser sinais de que aquela pessoa está precisando de ajuda.

O primeiro passo é conversar com essa pessoa, mas aqui fica uma dica importante: deixe que a pessoa fale, sem emitir julgamentos ou opiniões sobre o assunto. Deixe bem claro que sua vontade é apenas ajudar. O que devemos lembrar sempre é que não devemos medir a dor dos outros pelas nossas experiências pessoais e entender que o que não nos afeta não necessariamente não causa dor e sofrimento no outro.

É importante sempre incentivar a pessoa que está apresentando sinais de que pretende cometer suicídio a procurar ajuda especializada. Em casos visivelmente graves, é essencial que a família tenha conhecimento da situação, bem como amigos próximos, para que a pessoa seja acolhida e estimulada a procurar ajuda.

Caso perceba que a pessoa corre risco imediato, é fundamental não deixá-la sozinha. Nesses casos, entre em contato com serviços de emergência e com alguém de confiança.

 

Dados sobre o suicídio

Veja a seguir alguns dados importantes o sobre o suicídio.

Dados sobre suicídio no Brasil e no mundo

Segundo a OMS, a cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio no mundo.

O suicídio, de acordo com a OMS, é a segunda principal causa de morte entre as pessoas com idade entre 15 e 29 anos.

79% dos casos de suicídios ocorrem em países de baixa e média renda de acordo com a OMS.

Segundo o Ministério da Saúde, as mulheres tentam mais suicídio que os homens.

Segundo o CVV, 32 brasileiros morrem por dia vítimas de suicídio.

De acordo com a OMS, 90% dos suicídios podem ser prevenidos.

 

 

Estresse

estresse é definido como um estado de esforço do organismo para adaptar-se a situações que ameaçam a vida e o equilíbrio interno. Esse processo de adaptação provoca várias alterações, como o aumento de secreção da adrenalina. Atualmente, o termo estresse é utilizado tanto para nomear essa resposta do organismo como para referir-se às situações que promovem os efeitos desse estado.

De uma maneira geral, podemos dizer que esse mecanismo é necessário para o corpo, entretanto, uma sobrecarga afeta-o negativamente. Vale salientar que cada organismo lida de uma forma diferente com uma situação estressora. Essa situação pode causar até mesmo quadros de depressãoansiedade e transtornos definitivos, como o Transtorno de Estresse Pós-Traumático.

 Fases do estresse

O termo stress foi introduzido na área da saúde em 1936, por Hans Selye. Ele propôs que o estresse seria uma resposta geral e inespecífica a um determinado estressor e pode ser dividido em três fases:

·     Fase de alerta: É uma fase relativamente rápida que ocorre logo após o estímulo dos fatores estressores. Ao perceber esse estímulo, o corpo prepara uma resposta, a qual não será mantida por muito tempo. Nessa fase, há a participação do sistema nervoso simpático.

·     Fase de resistência: nessa fase, o corpo tenta manter-se em equilíbrio, e as manifestações agudas desaparecem. Nesse ponto, surgem sinais de desgaste, e o organismo torna-se mais suscetível a doenças e outros problemas mentais, físicos e emocionais.

·     Fase de exaustão: é quando todos os sintomas estão mais intensos. Nesse momento, são observadas as dificuldades para dormir, o isolamento social, queda de cabelo, problemas sexuais e irritabilidade. Quando prolongada, essa fase pode desencadear ainda problemas mais graves, como doenças cardíacas, depressão e úlceras.

·      

Agentes estressores

Vários são os agentes estressores, isto é, os eventos ou estímulos que provocam o estresse. Na literatura, eles aparecem em três grupos: acontecimentos vitais, acontecimentos diários menores e situações de tensão crônica.

Os acontecimentos vitais são aqueles que envolvem acontecimentos marcantes da vida, que podem ou não ser controlados pela pessoa. Como exemplo, podemos citar o casamento ou a separação, um novo emprego, acidentes, gravidez, entre outras mudanças que podem ocorrer na vida de uma pessoa.

Os acontecimentos diários menores dizem respeito a situações do dia a dia que afetam de forma significativa a sua vida. Um vizinho barulhento, o trânsito caótico das grandes cidades, o latido de cachorros, grandes filas e outras situações cotidianas estressantes são exemplos desses acontecimentos.

Por fim, o grupo das situações de tensão crônica refere-se àquelas que permanecem por muito tempo e geram estresse intenso. Os relacionamentos abusivos, em que uma pessoa é submetida a anos de agressões psicológicas, ou até mesmo físicas, podem ser exemplos desse tipo de situação de tensão crônica.

 

Depressão

Muitas pessoas pensam que uma pessoa com depressão está apenas triste e que aquele momento logo irá passar se a pessoa apresentar força de vontade. Entretanto, o que muitos ignoram é que a depressão é uma doença grave e que vai muito além de uma simples variação de humor por causa dos acontecimentos do dia a dia.

Mas, afinal, o que é a depressão?

depressão é uma doença que causa transtorno mental e é influenciada por uma série de fatores, desde fatores genéticos até acontecimentos traumáticos e consumo de drogas. Geralmente pessoas com esse problema apresentam uma perda de prazer por suas atividades rotineiras, sentimentos de angústia e até mesmo vontade de colocar fim na sua própria vida.

A depressão apresenta sintomas intensos que comprometem a vida do paciente em diferentes esferas, desde a profissional até a pessoal. Diferentemente da tristeza, a depressão necessita de apoio especializado, não acabando por si só como quando vivemos uma situação que nos abala por um curto período de tempo.

Quais são os sintomas de uma depressão?

A depressão pode apresentar vários sintomas que devem ser analisados criteriosamente. Uma tristeza logo após a morte de um ente querido nem sempre é uma depressão. Na maioria dos casos, a tristeza não impede uma pessoa de realizar suas atividades diárias, uma condição comum em depressivos.

Como sintomas da depressão, podemos citar:

·     Sentimento de tristeza, vazio, aflição, preocupação e receios infundados;

·     Insegurança, medo e ansiedade;

·     Baixa autoestima e sentimento de rejeição;

·     Pessimismo e falta de fé (não apenas religiosa, como também nas pessoas e nos tratamentos que estão sendo realizados);

·     Irritabilidade, tensão e agitação;

·     Vontades de acabar com a própria vida;

·     Diminuição da energia e do prazer para realizar atividades diárias;

·     Fadiga;

·     Isolamento;

·     Diminuição de apetite, sono e desejo sexual;

·     Alterações na capacidade de concentração, raciocínio e memória.

Vale destacar que cada pessoa apresenta sintomas diferentes que podem ou não incluir os citados acima. Entretanto, o que se tem em comum é o fato de que todos os pacientes com depressão apresentam sintomas que afetam consideravelmente sua vida diária, havendo diminuição do rendimento na escola ou no trabalho e danos até mesmo nos relacionamentos pessoais.

Vale frisar que a depressão afeta uma pessoa de diferentes formas, existindo graus mais leves e mais intensos da doença. Alguns sintomas surgem logo após alguma experiência traumática. Em outros casos, pode ocorrer sem que haja alguma relação com um fato traumático, sendo, por exemplo, desencadeada pelo estresse diário.

O que fazer em caso de depressão?

Caso uma pessoa apresente sintomas semelhantes aos da depressão, é fundamental que se busque ajuda especializada. Existem diversos tratamentos para a doença, tais como psicoterapia e uso de antidepressivos. Entretanto, nem sempre o paciente reconhece que apresenta o problema e cabe às pessoas à sua volta tentar ajudá-lo.

É importante que amigos e parentes evitem comentários que o façam sentir-se inferiorizado e estimulem à procura de apoio médico e psicológico. É muito comum o paciente com depressão ouvir frases que indicam que ele é muito fraco para vencer a doença, que é incapaz e até mesmo que a depressão não passa de desculpa para justificar a preguiça. Entretanto, nada disso é verdade e ajuda apenas a aumentar o problema do depressivo.

O importante é que pessoas próximas ao paciente com depressão tentem mostrar que se importam com ele e com seus problemas, nunca menosprezando o que ele sente. É importante salientar como aquele processo está influenciando sua vida e os prejuízos que estão sendo causados, estimulando-o a procurar ajuda.

Estima-se que 80% das pessoas com depressão apresentem pensamento suicida e cerca de 10% a 15% dos depressivos suicidam-se. Sendo assim, é importante que as pessoas próximas estejam atentas a sinais que possam indicar essa possibilidade.

ATENÇÃO: Não julgue uma pessoa sem conhecer realmente o que se passa em sua vida. Às vezes a causa do sentimento de tristeza pode ser mais complicada da que se imagina!

 

Referencias :

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Setembro Amarelo"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/saude/setembro-amarelo.htm. Acesso em 30 de setembro de 2020.

Momento para reflexão: A beleza está na simplicidade!!!

 Contribuição professora "Rúbia Leriam" A  Última Crônica – Fernando Sabino A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para ...